Acesso a uma plataforma de software para digital signage pode ser feita essencialmente de três maneiras: Compra da licença, assinatura mensal ou desenvolvimento de software.
No modelo de compra, você realiza um investimento inicial na aquisição das licenças (similar a comprar uma licença do Microsoft Office ou Windows, por exemplo) e paga também, anualmente, uma taxa para upgrades e acesso ao suporte. É importante atentar que, por mais que em muitas empresas essa anuidade seja “opcional”, na prática ela é indispensável para o bom funcionamento da aplicação assim como para estar compatível com a evolução do mercado. O software “servidor” é instalado em servidores de sua empresa e uma equipe de TI se encarrega de mantê-la em funcionamento.
Há o modelo de assinatura mensal com serviços gerenciados, também conhecido como Software como Serviço (Software as a Service – SaaS) – que é o termo da “moda”, pois antes conhecia o mesmo conceito como ASP (Application Service Provider). Nesse modelo você aluga o software e a infra-estrutura de servidores assim como a manutenção dos servidores e todos os serviços de atualizações e suporte. Nesse caso a necessidade de pessoal de TI é mínima.
Há argumentações pró e contra em cada um desses modelos, dependendo do tamanho e necessidades de seu projeto. No entanto, de forma geral o mercado tem tendido para o modelo SaaS uma vez que o investimento inicial é reduzido e muitas das dores de cabeça de TI são terceirizadas.
A terceira opção, o desenvolvimento, pode ser feito por uma equipe própria ou terceirizada. Tipicamente tenho visto aplicações desenvolvidas em Flash e PHP. Somente recomendo o desenvolvimento para empresas que visam comercializar a plataforma, ou seja, tornar-se um player no mercado mundial de software para Digital Signage. O mercado internacional vem expandindo e os principais fornecedores acumulam milhões de dólares em desenvolvimento de software e pesquisa. O break-even típico para uma empresas dessas fica por volta dos 5 mil aos 15 mil players vendidos.
Segundo a THINKstrategies, Inc, 2008, esses são dados sobre o desenvolvimento de aplicações no segmento:
• 31.1% são cancelados antes de serem terminados
• 52.7% dos projetos custam aproximadamente 190% da estimativa original
• 30-50% dos custos com software são gastos com integração
Há também os modelos que se dizem “software grátis”, especialmente vindos da Índia ou outros mercados emergentes. Dos poucos que vi não me pareceram tão ruins para pequenos projetos. No entanto, similar a outros modelos “free” a idéia é que você faça um upgrade da versão free com funcionalidades limitadas para a versão com todas as funcionalidades. Subitamente seu modelo free é igualzinho aos outros modelos pagos.
Para o final desse texto, vou focar um pouco nas necessidades das empresas que desejam comercializar mídia em redes de Digital Signage.
Nas primeiras instalações, seja no Brasil ou exterior, os operadores de rede atuavam (e algumas ainda atuam) fazendo todos os passos da cadeia produtiva do Digital Sigange, seja TI, criação de conteúdo, distribuição e comercialização de mídia. As principais empresas no mundo perceberam rapidamente que estar no ramo de software ou manutenção de redes tirava o foco do objetivo, ser lucrativo com a comercialização de mídia. No entanto, muitas dessas empresas realizaram investimentos significativos ao longo de seu crescimento, ao mesmo tempo em que refinavam as necessidades do software e também do modelo de negócios.
Seguem as principais tendências para os aspectos operacionais:
a) As redes se tornarão maiores, mais complexas e segmentadas
b) O aumento na complexidade de gerenciar o inventário de mídia, segmentar a comunicação e agendar uma variedade de cenários diversos de campanhas vai requerer funcionalidades mais complexas, maior estabilidade, confiabilidade e segurança da plataforma
c) A concorrência vai forçar as operações de rede a focarem mais nos seus principais objetivos (fazer dinheiro) e menos em manutenção.
d) O crescimento das redes aumentará a pressão interna na manutenção, operação e agendamento de empresas que gerenciam seus próprios servidores ou desenvolvem software.
e) Os tipos de usuários na rede vão ser mais diversos, no entanto mais específicos. Aumentará a diferença nas funções entre alguém que agenda a mídia e a equipe técnica (em algumas empresas hoje, ambas são a mesma equipe).
f) Rápidas mudanças no meio Digital Signage, como por exemplo, padrões de medição e métrica, vão requerer atualizações freqüentes na plataforma.
Como uma conclusão, minha maior recomendação é colocarem o “desconfiômetro” em nível “elevado” quando forem conversar com um fornecedor ou desenvolvedor de software. A competição no mercado de software é bastante acirrada e a pressão é muito elevada nos departamentos comerciais para gerar vendas. O resultado prático é que muitos vendedores estão respondendo a muita coisa com “Sim, fazemos isso” para qualquer pedido do cliente e depois soltando a bomba para a equipe de desenvolvimento interno resolver.
Nessa indústria todos se denominam “líderes globais”. Na realidade há no máximo uma meia dúzia de empresas que detém a grande fatia do market share mundial. Essas talvez possam ser chamadas de líderes globais. Há algumas empresas entrando em um “segundo escalão” que tem focado suas atenções para mercados bem específicos, como sinalização digital (wayfinding) ou menu-boards digitais. Pessoalmente acredito que essa é uma excelente direção para essas empresas mais recentes e tenho visto alguns produtos muito bons para algumas aplicações bem específicas. No fim, há também um leque de empresas com algum desenvolvimento ocorrendo lateralmente nesse mercado, mantendo o projeto vivo, mas sem muito apoio ou incentivo corporativo interno. Esse último grupo deve ou começar a focar nesse segmento, ou encontrar um nicho para atuar.
Vivemos uma época bastante desafiadora, mas com muitas oportunidades para projetos bem planejados e com uma equipe antenada no aprendizado e disposta a trocar experiências no mercado. Espero ter fornecido algumas.
Boas festas.
Comentários
Mais uma vez você agrega valor ao mundo do digital signage.
Parabéns e certamente 2009 será ainda mais promissor para o DS.
Forte abraço,
Ronan Rocha